"É Carnaval, ninguém leva a mal""

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(Dante FOOOOOOOOOOOOOOOGE, que este é um testamento daqueles que tu tanto gostas!!)



(Ainda vais a tempo...!!)


Estamos no Carnaval, época de diversão, folia, disfarces mil e "malandrice"!!

Hoje em dia há muito quem não goste do Carnaval, não é o meu caso, sempre me diverti imenso nesta época mas nunca me lembro de haver acidentes entre nós!

Quando era novita, lembro-me dos "assaltos", nos dias que antecediam o Carnaval. Íamos mascarados a casa dos amigos e aproveitávamos para "limpar" da despensa e frigorífico uma parte das provisões.

Geralmente, esses amigos juntavam-se à festa, mascaravam-se também e lá se ia assaltar mais umas casas pela noite fora.

Era uma festa e, para nós crianças, era o delírio!!

A verdade é que o produto do roubo servia para uma mega festa em casa de um dos assaltantes, na 2ª feira de Carnaval, que geralmente acabava na 3ª feira ao fim do dia!

A nós putos, era concedido o direito de brincarmos com bisnagas, ovos e farinha, e, muitas vezes se juntavam a nós os adultos mais foliões e esses passavam a ser os nossos alvos predilectos!!

Isto é o que eu me lembro dos meus carnavais de criança e é o que tento passar aos meus filhos, tradição, diversão, convívio e bom senso!

Mais tarde, já no liceu, fazíamos guerras de sacos de água (que eu sou cota e não havia cá essas paneleirices dos balões de agua!!), de ovos, farinha e até mesmo de tomates pelados (ao abrigo de não estarem proibidos pelo Conselho Executivo da escola!!!).

Com isto conseguíamos divertir-nos, sujar a escola toda, mas não magoávamos ninguém.

Há uns anos, ainda eu era miúda, "importámos" o Carnaval do Brasil (como, há bem menos tempo, importámos o Halloween e o Dia dos Namorados dos E.U.A.!), uma coisa que tem tudo a ver com a nossa tradição e, principalmente, com o nosso clima!!!!

Não consigo achar graça nenhuma a esse tipo de manifestação carnavalesca, acho descontextualizado para o nosso país... Ver aquelas desgraçadas, com as mamocas ao léu, quando, muitas das vezes, as temperaturas não vão além dos 12 ou 15 graus (isto quando não chove a cântaros ou ainda faz mais frio!)...

Tem tudo a ver...

De há uns anos a esta parte, não sei precisar quantos, mas já são alguns, entrou-se numa época em que "vale tudo menos tirar olhos", resultado de muitas liberdades perdidas e de uma sociedade em que já não há espaço para a educação dos putos...

Ou seja, hoje em dia, educam-se as crianças para serem máquinas de produção. As melhores da turma, notas excelentes, terem muitas actividades extra-curriculares e, se possível, destacarem-se em uma ou duas e esquecem-se de incutir os valores morais já tão velhinhos e que todos gostamos de os sentir da parte dos outros, mas que já poucos os praticam.

É mais fácil dar uma Playstation ou um portátil, onde eles passam 90% do tempo que estão em casa (quietos e sem incomodarem), do que tê-los a fazerem asneiradas e a contarem-nos as peripécias do dia!!

A educação segundo os princípios morais deveria ser dada e praticada (todos os dias) desde sempre pelos pais, professores e todos os adultos, infelizmente, começa pelos que deveriam dar o exemplo, pais, professores, governantes etc. que cada vez menos os praticam, os pais por falta de tempo e falta de paciência ao fim de um dia de trabalho de 10 ou mais horas, os professores por falta de meios de punição (as criancinhas ate ao 9º ano não podem chumbar por faltas, ou seja, irem para a rua, por desacatos nas aulas, e ficarem com o ano em perigo já não existe, criando com isso uma total falta de responsabilização dos actos dos mesmos na escola e que se reflecte na sociedade) e por desmoralização profissional (numas vezes com razão, noutras nem por isso!), os governantes são o que se vê... Prometem mundos e fundos e quando governam só se lembram desses mundos e fundos para eles e para os boys...

É a sociedade dos "UMBIGOS", em que cada um tem de ter o seu maior do que o do outro...

É difícil que as nossas crianças entendam quais são as consequências dos seus actos, se passarem o tempo todo a serem despenalizadas, à conta do espectro do "trauma de infância"!

Ou seja, nesta sociedade, é melhor que se traumatize o colega física e emocionalmente, que aplicar a psicologia à esquerda e à direita (com umas bolachadas dadas na hora certa) no infractor... Que merda de princípios são estes!?!?!?!

Eu bem que estrebucho, mas tantas vezes me vejo olhada de lado por ser "muito bruta" com os meus filhos.

A verdade é que eles nunca foram mal educados comigo nem com ninguém que eu conheça. Prefiro que eles oiçam de mim os raspanetes e os castigos, do que serem, mais tarde, castigados pela sociedade... Tento dar-lhes uma educação de maneira a respeitarem para poderem ser respeitados.

Só numa sociedade sem respeito pelo próximo pode acontecer uma coisa destas, repugnante e contra tudo o que eu acredito e tento passar à geração seguinte...


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